segunda-feira, 27 de julho de 2009

A pior coisa de Milão: Hotel Nizza.

Esperava não ter que colocar este marcador no meu blog, mas... Vamos à minha experiência de hospedagem (péssima) em Milão.

Chegamos ao Nizza por uma indicação de uma amiga que morava lá. Foi mas ou menos assim... "Oi Nathy. Aqui perto de casa tem um hotel que parece  bacana." 

Ela nunca havia estado lá. Nenhum amigo dela havia ficado lá. Sabíamos apenas que o lugar existia. Mas a  localização era fantástica e o preço bom. Mas porque não ouvi a voz da razão? 

Os problemas já começaram na reserva. O local não tinha site na época, reservas eram apenas pelo telefone. O chinês (dono) não passou nenhum número de reserva, e-mail de confirmação do quarto ou qualquer coisa assim. Como eu iria para uma cidade que eu não conhecia sem certeza de que realmente teríamos onde dormir? Quando eu perguntei a ele sobre algum outro tipo de confirmação,  respondeu: 

- Se estou dizendo que está reservado, está. Minha palavra é o que vale.  - disse num inglês not so good
- Ok, obrigada.  disse eu.
- Me passe seu número de cartão de crédito e código de segurança.

Pausa. Como assim? Número de cartão com código por telefone...?
A um desconhecido de um hotel que nem site tinha...?

- Escute - disse calmamente. Se a palavra do senhor é o que vale, peço que acredite na nossa também.  Chegaremos 23h30 do dia 03, fique tranquilo.

Ele não aceitou sem argumentar, mas acabou cedendo. Fiquei de dedos cruzados para que tudo desse certo. Mas a mandinga não foi suficiente (nesse caso, talvez nem um trabalho completo resultasse!).


Problema número 01. A Recepção

A recepção do hotel fechava às 22hrs. A família cuidava do hotel e fechava tudo quando ia dormir. Ninguém entrava ou saia do hotel após esse horário. Legal, não é? (Alô pessoal dos barzinhos e baladas!) 

Avisamos que o vôo chegava às 23h. Ele falou que numa exceção excessionalissima abriria neste horário apenas para entrarmos. Para o chinês ficar feliz, o vôo atrasou.

Para ele ficar mais feliz ainda, o trânsito do aeroporto de Malpensa à Milano estava congestionado por causa de um acidente. Para a felicidade dele ser completa, não poderíamosnrecusar o convite da nossa amiga - que foi nos pegar nos aeroporto - para ir comer alguma coisa. Estavamos mesmo sem sono. Ah, o chinês que... Esperasse! Resumo: estavamos conseguimos chegar lá quase 3h da matina.

Pedimos desculpas e explicamos o atraso, mesmo assim, ele foi bem indelicado.  Aliás, curto e grosso.

- A diaria. Pagamento adiantado. 

O quê? Ninguém havia dito nada disso por telefone! Já vi qual era o tipo do hotel logo de cara. O horário e o cansaço não nos permitiu pensar muito, pagamos e pedimos recibo. Ele se recusou a dar, dizia que não precisava. Até parece! Com a nossa insistência, ele rabiscou um papel e entregou isso:


Imposto...? Cadê você?
O amore colocou isso no bolso e fomos para o quarto.

Ao chegar no último andar, ouvimos barulhos de... Um casal.  Fiquei rezando para não ouvirmos nada do lado de dentro. Quando entramos, havia um espelho no teto. Isso explicava os vizinhos de quarto...

Problema 02. O quarto

Ao "fazer a reserva" pedi um quarto de casal e nos deram um quarto triplo, três camas de solteiro.  Como assim...?

Fomos mais uma vez acordar o chinês. Ele disse apenas que o hotel estava cheio e, que se quisessemos, poderíamos juntar duas camas para fazer uma de casal. Juntar camas? Concluí que o cara realmente era maluco e me resignei em responder apenas com um sorriso. 

Problema 03. O banheiro

Não tomei banho. Primeiro porque o chuveiro era EM CIMA DO BIDÊ. 

Para tomar uma ducha, teria de me apertar entre o bidê e o vaso sanitário. E sem box. Fiquei  imaginando um monte de coisas, e... Desisti.  Se você  não consegue imaginar esse banheiro, segue uma mãozinha: 


Fui vencida pelo cansaço e decidi dormir. 
Mas foi aí que os meus problemas realmente começaram. 

Problema 04. BED BUGS

Eu tentei dormir, mas meu corpo o coçava inteiro.  Seria a falta do banho, o lugar, o que? Enquanto tentava aquele mantra básico "é só meu psicológico, é só meu psicológico"  começava a sentir uma pequena ardência pelo corpo.

Como nossa cabeça pode sugestionar o corpo, eu pensei Só porque eu estava naquele lugar horrível não significava que ...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!! 
A coceira era intensa pelo corpo todo. Até meu rosto estava queimando! Saí da cama num salto. Acordei o amore, ascendemos a luz e... A cama estava perdida de percevejos (in english, bed bugs)!  E isso estava me picando!

Matamos alguns, mas eram muitos. Os malvados estavam ali escondidinhos só esperando a comida se deitar. A prova da nosso massacre (click aumente se quiser ver melhor):



Eu estava quase em estado de choque. Até olhar no espelho e ver meu rosto. Dei um grito. 
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! 
Foto tirada ainda na cena do crime (é possível ver alguns "danos" no rosto clicando e ampliando a foto):


Seria impossível passar mais um minuto que fosse ali. A discução com o chinês começou no inglês, segue um trecho...

- O senhor por favor, vá até o quarto e veja quantos percevejos matamos. O colchão está infestado deles.

- Não, no meu hotel não há isso. 

- Então o senhor suba e olhe os lençóis com os bichos mortos e o sangue deles.

- Não vou subir. Vocês devem ter esquecido as janelas abertas... Entraram alguns pernilongos voando e foi só isso.

- Escute, senhor, pernilongos voam. Não vivem em camas.  São percevejos!!!! Olha o que eles fizeram com meu rosto! Quando cheguei por acaso o senhor viu meu rosto assim? Não, não estava assim, não é mesmo? Por favor, peço que vá olhar, é impossível dormir ali!

- Não vou subir. Vocês estão inventando coisas.

- Eu estou inventando? Olha o meu rosto, olha os meus braços! Isso é invenção? Estou inventando isso?

- No meu hotel não tem bicho. Vocês devem ter trazido isso na mala!

Virei para o meu marido e, em português, perguntei se ele estava ouvindo aquilo...
- Ele acha o que? Que eu sou criadora de percevejo e que traria todos os bichos na minha mala para me picar? O senhor é louco! O senhor acha que eu traria bichos aqui para não conseguir dormir e me picar? O que o senhor  suba e vá ver aquele quarto antes de falar coisas estúpidas!

Em italiano (compreendo razoavelmente mas não falo muito), ele respondeu:

- No meu hotel não tem percevejos.

- Olha o meu rosto! Estou toda picada! O senhor é louco! Louco! Você acha que...

- Ná... Para. - disse meu marido.
- Ná, para. Você está falando em português.

- Estou falando em português...? Ah, estou mesmo. - de fato, estava muito nervosa, não havia percebido o "detalhe". Mas ele está entendendo - eu disse. Está respondendo tudo!

Continuamos discutindo, o chinês e eu por mais uns cinco minutos até ele concordar em ver o quarto. Eu falando em português e ele rebatendo em italiano. Para não me alongar mais, ligamos para a minha amiga, ela foi nos pegar e ele não devolveu o dinheiro da diária.Não havia aceitado o convite dela antes para não incomodá-la, mas, por fim, foi bem melhor ficar com eles, foi uma viagem perfeita!

Pessoas,  indo para Milão: FUJAM DESSE HOTEL. É horrível.
Esse Nizza é o da Via Nicola Porpora, 18 (há outro Nizza, e cuidado que hotéis assim costumam trocar de nome ma internet para fugir da fama ruim). Não recomendo para ninguém!

2 comentários:

  1. O inferno na Terra!

    Suspeito de troca de nome para que os reviews negativos antigos fossem apagados! E nenhum site de hotéis aceitou nossos reviews reclamando do lugar!

    Cuidado com esse tipo de lugar!

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  2. Creeeeeeeeedo Nathy, que horror hein. Processa o cara. Hahahaha. Nossa, não sei o que eu faria uahsuahusa. Acho que arrancaria o dinheiro de volta da mão do infeliz aushuahs.
    Bjuss

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